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Papa João Paulo Ii

João Paulo II
265º Papa
Imagem de João Paulo II
Totus tuus
Brasão pontifical de João Paulo II
Nome de nascimento: Karol Józef Wojtyła
Nascimento Wadowice, Polónia,
18 de Maio de 1920
Eleição 16 de Outubro de 1978
Entronização: 22 de Outubro de 1978
Fim do
pontificado:
2 de Abril de 2005
Predecessor: João Paulo I
Sucessor: Bento XVI

O Papa João Paulo II (latim: Johannes Paulus PP. II, em italiano Giovanni Paolo II), nascido Karol Józef Wojtyła (Wadowice, Polónia, 18 de Maio de 1920Vaticano, 2 de Abril de 2005 [1]), foi o Sumo Pontífice da Igreja Católica Apostólica Romana de 16 de Outubro de 1978 até à data da sua morte [2], e sucedeu ao Papa João Paulo I, tornando-se o primeiro papa não-italiano em 455 anos [3] (desde o holandês Adriano VI, no século XVI) e o primeiro papa de origem polaca[4]. Teve o terceiro papado mais longo da história do catolicismo [5], com 26 anos de pontificado [6]

História pessoal

Karol Wojtyła aos doze anos de idade

Karol Józef Wojtyła (Imagem:Ltspkr.png pronunciação polaca ajuda · ficheiro · ouvir no browser) nasceu em Wadowice [1], uma pequena localidade ao sul da Polónia, a 50 quilómetros de Cracóvia [1]; filho de um tenente do exército dos Habsburgos, de quem herdou o nome, também chamado Karol Wojtyła. O seu irmão Edmund, ao formar-se em medicina, transformou-se na esperança de sustento da família, uma vez que o soldo do tenente Wojtyła era insuficiente para tal.

Em 1929, perderia a mãe, Emilia Kaczorowska [7], vitimada por uma doença nos rins. Em 1931, morreria o irmão, de escarlatina. Karol perderia o pai poucos dias antes de completar 22 anos. Nesta altura a Polónia enfrentava, juntamente com grande parte da Europa, as consequências da invasão alemã da Segunda Guerra Mundial. Assistiu, portanto, ao assassinato de vários dos seus amigos e colegas.

Manifestando interesse pelo teatro — cuja participação potenciava apoios à resistência polaca contra o nazismo —, pela música popular e pela literatura, a sua juventude foi marcada por intensos contactos com a então ameaçada comunidade judaica de Cracóvia, e pela experiência da ocupação alemã, durante a qual trabalhou numa fábrica de produtos químicos para evitar a sua deportação à Alemanha nazista. Atleta (chegou a actuar como jogador de futebol numa equipa amadora de Wadowice) e, muito religioso, (foi fundador de uma Congregação Mariana no seu colégio), Karol Wojtyła foi ordenado sacerdote católico em 1 de Novembro de 1946 pelo então cardeal-arcebispo de Cracóvia, Adam Stefan Sapieha.

Foi docente de Ética na Universidade Jaguelónica e posteriormente na Universidade Católica de Lublin. Em 28 de Setembro de 1958 foi nomeado bispo auxiliar de Cracóvia e quatro anos depois chega ao cargo máximo na sua diocese. Em 30 de Dezembro de 1963 é apontado por Paulo VI como arcebispo de Cracóvia. Na qualidade de bispo e arcebispo, Wojtyła participa no Concílio Vaticano II, contribuindo para a redacção de documentos que se tornariam na Declaração sobre a Liberdade Religiosa (Dignitatis Humanae) e a Constituição Pastoral da Igreja no Mundo Moderno (Gaudium et Spes), dois dos mais historicamente importantes e influentes resultados do concílio. Foi elevado a cardeal pelo Papa Paulo VI em 28 de Junho de 1967.

Eleição

Papa João Paulo II

Aquando da morte do Papa Paulo VI, em 6 de Agosto de 1978, esteve presente no conclave de 26 de Agosto de 1978, que escolheria Albino Luciani para um dos pontificados mais curtos da História. Trinta e três dias depois de votar no conclave, no dia 28 de Setembro de 1978, o então cardeal de Cracóvia, Karol Wojtyła, ficou a saber da triste – e até hoje suspeita – morte de João Paulo I pelo seu motorista particular. De volta a Roma, ele foi escolhido Papa em 16 de Outubro de 1978.

O conclave que se sucedeu ao inesperado falecimento do Papa João Paulo I, foi dominado por duas correntes que tiveram como candidatos o conservador arcebispo de Génova Giuseppe Siri, e o mais liberal arcebispo de Florença Giovanni Benelli. Crê-se que a eleição de Karol Wojtyła tenha sido uma solução de compromisso e que constituiu uma surpresa.

Adoptou o nome de João Paulo II em homenagem ao seu antecessor e rapidamente colocou-se do lado da paz e da concórdia internacional, com intervenções frequentes em defesa dos direitos humanos e das nações.[parcial]

Foi o Papa mais novo desde o Papa Pio IX porque eleito na época com 58 anos. No entanto, tornou-se o Papa cuja acção foi mais decisiva no século XX: as suas viagens ultrapassaram em número e extensão as de todos os antecessores juntos, reunindo sempre multidões; para muitos tinha o carisma do Papa João XXIII; participou em eventos ecuménicos (foi o primeiro a pregar numa igreja luterana e numa mesquita, o primeiro a visitar o Muro das Lamentações, em Jerusalém); procedeu a numerosas beatificações e canonizações; escreveu 14 encíclicas.

Brasão e lema

  • Descrição: Escudo eclesiástico. Campo de blau, com uma cruz latina de jalde adestrada acompanhada de uma letra "M" do mesmo, no cantão senestro da ponta. O escudo está assente em tarja branca. O conjunto pousado sobre duas chaves "decussadas", a primeira de jalde e a segunda de argente, atadas por um cordão de goles, com os seus pingentes. Timbre: a tiara papal de argente com três coroas de jalde. Sob o escudo, um listel de blau com o mote: "TOTVS TVVS", em letras de jalde. Quando são postos suportes, estes são dois anjos de carnação, sustentando cada um, na mão livre, uma cruz trevolada tripla, de jalde.

Brasão pontifício de João Paulo II

  • Interpretação: O escudo obedece às regras heráldicas para os eclesiásticos. O campo de blau representa o firmamento celeste e ainda o manto de Nossa Senhora, sendo que este esmalte significa: justiça, serenidade, fortaleza, boa fama e nobreza. A cruz é o instrumento da salvação de todos os homens e representa o próprio Nosso Senhor Jesus Cristo e, sendo de jalde (ouro), simboliza: nobreza, autoridade, premência, generosidade, ardor e descortínio. A letra "M" representa a Virgem Maria, principal intercedora do gênero humano, que esteve todo o tempo junto à cruz de seu Filho (“Iuxta crucem lacrimosa” Cf. Jo 19,25), sendo de jalde (ouro), tem o significado já descrito deste metal. Os elementos externos do brasão expressam a jurisdição suprema do papa. As duas chaves "decussadas", uma de jalde (ouro) e a outra de argente (prata) são símbolos do poder espiritual e do poder temporal. E são uma referência do poder máximo do Sucessor de Pedro, relatado no Evangelho de São Mateus, que narra que Nosso Senhor Jesus Cristo disse a Pedro: "Dar-te-ei as chaves do reino dos céus, e tudo o que ligares na terra será ligado no céu, e tudo o que desligares na terra, será desligado no céu" (Mt 16, 19). Por conseguinte, as chaves são o símbolo típico do poder dado por Cristo a São Pedro e aos seus sucessores. A tiara papal usada como timbre, recorda, por sua simbologia, os três poderes papais: de Ordem, Jurisdição e Magistério, e sua unidade na mesma pessoa. No listel o lema "TOTVS TVVS", é uma expressão da imensa confiança do papa na Mãe de Deus: “Sou todo teu, Maria”, sendo que ele colocou toda a sua vida sacerdotal sob a proteção da Virgem.

Pontificado

Mapa que representa os países que o Papa João Paulo II visitou ao longo do seu pontificado. É o Papa que visitou o maior número de países do Mundo.

Com mais de 26 anos, é o terceiro pontificado mais longo da História da Igreja Católica. Alguns números que se destacam são o de viagens pastorais fora da Itália (mais de 100, visitando 129 países e mais de 1000 localidades), cerimónias de beatificação (147) e canonizações (51), nas quais foram proclamados 1338 beatos e 482 santos. Tornou-se, com o seu carisma e habilidade para lidar com os meios de comunicação social, o Papa mais popular da História.[parcial]

A primeira metade do seu pontificado ficou marcada pela luta contra o comunismo na Polónia e restantes países da Europa de Leste e do Mundo. Na segunda metade foi relevante a sua crítica ao mundo ocidental capitalista, dando voz ao Terceiro Mundo e aos pobres.[carece de fontes?]

Na década de 1980, os líderes da União Soviética estavam a fazer planos para matar o pontífice.[carece de fontes?] Como estratégia, o serviço secreto russo negou as acusações feitas pelo Parlamento da Itália. As acusações foram negadas pelo último chefe da KGB da União Soviética.

Criticou fortemente a aproximação da Igreja com o marxismo nos países em desenvolvimento, e em especial a Teologia da Libertação.[8] Em visita à Nicarágua, João Paulo II chegou a discutir com fiéis, e depois de condenar a participação de padres católicos no governo sandinista foi vaiado.[carece de fontes?]

"Não é possível compreender o homem a partir de uma visão económica unilateral, e nem mesmo poderá ser definido de acordo com a divisão de classes.", disse aos bispos brasileiros em 26 de Novembro de 2002.[9] Durante a sua visita a Cuba, em Janeiro de 1998, que marcou o fim de 39 anos de relações tensas entre a Igreja Católica e o regime de Fidel Castro, condenou o embargo económico dos E.U.A. ao país. Em 2003, por intermédio do cardeal Angelo Sodano, enviou uma carta ao presidente Fidel Castro criticando "as duras penas impostas a numerosos cidadãos cubanos e, também as condenações à pena capital".[10]

João Paulo II em visita ao Parlamento Polaco a 11 de junho de 1999

Condenou também o terrorismo e o ataque ao World Trade Center ocorrido em 11 de Setembro de 2001, nos Estados Unidos da América.[11]

Diálogo interreligioso

Promotor de uma aproximação às outras grandes religiões monoteístas do mundo,[carece de fontes?] João Paulo II enfrentou no entanto acusações de "proselitismo agressivo" feitas pelo mundo ortodoxo. A reconciliação com os judeus marcou a sua viagem à Terra Santa em Março de 2000 e uma "viragem" nas relações entre as duas religiões.

Motivou o diálogo interreligioso, o ecumenismo e a cultura da paz, sendo o primeiro Sumo Pontífice a visitar o Muro das Lamentações, em Jerusálem, a 26 de Março de 2000, e onde pediu perdão pelos erros e crimes cometidos pelos filhos da Igreja no passado. Foi o primeiro a pregar numa sinagoga, a entrar numa mesquita (em Damasco, Síria), e a promover jornadas ecuménicas de reflexão pela paz em Assis (Oração Mundial pela Paz). Fez a primeira visita de um Sumo Pontífice católico à Grécia desde a separação das Igrejas Católica e Ortodoxa no cisma de 1054.

A"Mãe de Deus de Kazan"

João Paulo II, determinou a devolução à Igreja Ortodoxa Russa do Ícone de "Nossa Senhora de Kazan", a "Theotokos" e sempre Virgem Maria. No dia 28 de Agosto de 2004, a "Solenidade da gloriosíssima Dormição da Theotokos", delegação representativa da Igreja Católica, chefiada pelo Cardeal Walter Kasper, presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, entregou o Ícone, depois de um solene ofício na Catedral da Dormição no Kremlim, em Moscovo, em que participaram numerosos fiéis.[12][13][14]

Diálogo com os jovens

Foi grande incentivador do Movimento Escoteiro, visitando eventos mundiais e europeus da maior organização juvenil do mundo.[carece de fontes?]

Visitas papais

Ao todo foram 104 as visitas realizadas por João Paulo II pelo mundo:

Ano Dia/Mês Local(is) Observações
1979 25/1 a 1/2 República Dominicana (Santo Domingo), México e Bahamas
2/6 a 10/6 Polónia Em Varsóvia, perante centenas de milhar de fiéis, desafia as autoridades comunistas, ao exortar: “Não excluam Cristo da História!”
29/9 a 8/10 Irlanda, Estados Unidos e Brasil (Rio de Janeiro)
28/11 a 30/11 Turquia
1980 2/5 a 12/5 Zaire, República do Congo, Quénia, Gana, Alto Volta e Costa do Marfim
30/5 a 2/6 França
30/6 a 12/7 Brasil Em 5 de Julho esteve em Curitiba.
15/11 a 19/11 Alemanha Ocidental
1981 16/2 a 27/2 Paquistão, Filipinas, Japão, e Guam e Anchorage (EUA)
1982 12/2 a 19/2 Nigéria, Benim, Gabão e Guiné Equatorial
12/5 a 15/5 Fátima (Portugal) A 13 de Maio, na Capelinha das Aparições, em Fátima, diante da imagem de Nossa Senhora, agradece à Virgem a ‘mão maternal que desviou a bala’ no atentado da Praça de São Pedro, e recita o Acto de Consagração do Mundo ao Coração Imaculado de Maria. Na noite desse dia, quando se prepara para abençoar os milhares de peregrinos que enchem o Santuário, escapa a uma nova tentativa de atentado por parte do padre espanhol Krohn.
28/5 a 2/6 Grã-Bretanha Intenvenção junto à Rainha Elizabeth II em busca da solução para a Paz com a Argentina, por conta da disputa das Ilhas Malvinas.
10/6 a 13/6 Argentina Intervenção junto ao Governo Argentino em busca da solução para a paz com o Reino Unido da Grã-Bretanha, por conta da disputa das Ilhas Malvinas. Após as visitas, ambos os países anunciaram a interrupção do conflito armado e iniciaram as tratativas de paz. Durante a viagem a Argentina, fez escala no Brasil, tendo, inclusive, falado aos brasileiros.
15/6 Genebra (Suíça)
29/8 São Marino e Rimini (Itália)
31/10 a 9/11 Espanha
1983 2/3 a 10/3 Passa por Lisboa, Portugal, a caminho da Igreja de Santo António dos Portugueses em Roma, e segue para a Costa Rica, Nicarágua, Panamá, El Salvador, Guatemala, Honduras, Belize e Haiti.
16/6 a 23/6 Polónia
14/8 a 15/8 Santuário de Nossa Senhora de Lourdes (França)
10/9 a 13/9 Áustria
1984 2/5 a 12/5 Coreia do Sul, Papua-Nova Guiné, Ilhas Salomão, e Tailândia Em Seul, beatifica 103 mártires coreanos.
12/6 a 17/6 Suíça
9/9 a 20/9 Canadá
10/10 a 13/10 Saragoça (Espanha), Santo Domingo (República Dominicana) e São João (Costa Rica)
1985 26/1 a 06/2 Venezuela, Equador, Peru e Trinidad e Tobago
11/5 a 21/5 Holanda, Bélgica e Luxemburgo
08/8 a 19/8 Togo, Costa do Marfim, Camarões, República Centro-Africana, Zaire, Quénia e Marrocos
08/9 Kloten (Suíça) e Liechtenstein
1986 31/1 a 10/2 Índia A 4 de Fevereiro, encontra-se com Madre Teresa de Calcutá.
1/7 a 8/7 Colômbia e Santa Lúcia
4/10 a 7/10 França
18/11 a 1/12 Bangladesh, Singapura, Fiji, Nova Zelândia, Austrália e Seychelles
1987 31/3 a 13/4 Uruguai, Chile e Argentina
30/4 a 4/5 Alemanha Federal
8/6 a 14/6 Polónia
10/9 a 21/9 Estados Unidos da América e Forte Simpson (Canadá)
1988 7/5 a 19/5 Uruguai, Bolívia, Paraguai e Lima (Peru)
23/6 a 27/6 Áustria
10/9 a 20/9 Zimbabué, Botswana, Lesoto, Suazilândia e Moçambique
8/10 a 11/10 Cidades de Estrasburgo, Metz e Nancy (França)
1989 28/4 a 6/5 Madagáscar, Ilhas Reunião, Zâmbia e Malawi
1/6 a 10/6 Noruega, Islândia, Finlândia, Dinamarca e Suécia
19/8 a 21/8 Santiago de Compostela e Região das Astúrias (Espanha)
6/10 a 10/10 Seul (Coreia do Sul), Indonésia, Maurícia e Timor-Leste
1990 25/1 a 1/2 Cabo Verde, Guiné-Bissau, Mali, Burkina Faso e Chade
21/4 a 22/4 Checoslováquia
6/5 a 14/5 México e Curaçao
25/5 a 27/5 Malta
1/9 a 10/9 Tanzânia, Burundi, Ruanda e Yamoussoukro
1991 10/5 a 13/5 Fátima, Portugal, como ‘peregrino de Fátima’
1/6 a 9/6 Polónia
13/8 a 20/8 Polónia e Hungria
12/10 e 21/10 Brasil 2ª Visita ao Brasil
1992 19/2 a 26/2 Senegal, Gâmbia, e Guiné Na ilha de Goré, Senegal, visita a Casa dos Escravos e pede perdão por erros praticados por outros: a escravatura e o tráfico de negros africanos.
4/6 a 10/6 Angola e São Tomé e Príncipe
9/10 a 14/10 Santo Domingo (República Dominicana)
1993 3/2 a 10/2 Benim, Uganda e Sudão
25/4 Albânia
12/6 a 17/6 Espanha
9/8 a 16/8 Jamaica, Mérida (México) e Denver (EUA)
4/9 a 10/9 Lituânia, Letónia e Estónia
1994 10/9 a 11/9 Zagreb, (Croácia)
1995 12/1 a 21/1 Manila (Filipinas), Port Moresby (Papua-Nova Guiné), Sydney (Austrália) e Colombo (Sri Lanka) Em Colombo canoniza três mártires.
20/5 a 22/5 República Checa Na República Checa beatifica Jan Sarkander e Zdislava di Lemberk.
3/6 a 4/6 Bélgica Na Bélgica, beatifica o padre Damiaan de Veuster.
30/6 a 3/7 Eslováquia Na Eslováquia, canoniza os mártires de Kosice (1619), Marko da Krizevci, Stefano Pongracz e Melchiorre Grodziecki.
14/9 a 20/9 Yaoundé (Camarões), Joanesburgo e Pretória (África do Sul) e Nairobi (Quénia) No dia 14, em Yaoundé, torna pública a Exortação Apostólica Ecclesia in Africa ("A Igreja de África").
4/10 a 9/10 Sede da ONU (Organização das Nações Unidas) e as dioceses de Newark, Nova Iorque, Brooklyn e Baltimore
1996 5/2 a 12/2 Guatemala, Nicarágua, El Salvador e Venezuela
14/4 Tunísia
17/5 a 19/5 Eslovénia
21/6 a 23/6 Alemanha Pronuncia um discurso histórico no Portão de Brandemburgo (Berlim).
6/9 a 7/9 Hungria
19/9 a 22/9 França
1997 12/4 a 13/4 Sarajevo (Bósnia e Herzegovina)
25/4 a 27/4 República Checa
10/5 a 11/5 Beirute (Líbano) Em Beirute, dá a conhecer a Exortação Apostólica "Uma esperança nova para o Líbano".
31/5 a 10/6 Polónia Na Polónia, canoniza a rainha polaca Edviges, falecida em 1243.
21/8 a 24/8 França
2/10 a 6/10 Brasil No Rio de Janeiro, celebra o II Encontro Mundial da Família. É a última visita do Pontífice ao Brasil.
1998 21/1 a 26/1 Cuba Com celebrações em Havana, Santa Clara, Camagüey e Santiago de Cuba.
21/3 a 23/3 Nigéria Na Nigéria, beatifica o sacerdote nigeriano Cyprian Michael Iwene Tansi pelo seu exemplo de fé.
19/6 a 21/6 Áustria
2/10 a 4/10 Croácia Na Croácia, beatifica o Cardeal Alojzije Stepinac, vítima de perseguição comunista.
1999 22/1 a 28/1 Cidade do México e Saint Louis (EUA) No dia 23, na celebração litúrgica realizada na Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe, entrega aos bispos da América a Exortação Apostólica Ecclesia in América ("A Igreja na América").
7/5 a 9/5 Roménia
5/6 a 17/6 Polónia No dia 17, consagra a Igreja e toda a Polónia à Virgem Negra de Częstochowa.
19/9 Eslovénia
5/11 a 9/11 Nova Deli (Índia) e Geórgia Em Nova Deli, preside ao encerramento da Assembleia Especial para a Ásia do Sínodo dos Bispos. No dia 6, na Catedral do Sagrado Coração, assina a Exortação Apostólica Ecclesia in Asia ("A Igreja na Ásia").
2000 24/2 a 26/2 Monte Sinai, no Egipto (Onde Moisés teria recebido de Deus os Dez Mandamentos.
20/3 a 26/3 Terra Santa, em Israel
12/5 a 13/5 Fátima (Portugal) Beatifica os pastorinhos Francisco Marto e Jacinta Marto em Fátima.
2001 4/5 a 9/5 Grécia, Síria e Malta “nas pegadas do apóstolo São Paulo”.
23/6 a 27/6 Ucrânia
22/9 a 27/9 Cazaquistão e Arménia
2002 22/5 a 26/5 Azerbeijão e Bulgária
23/7 a 1/8 Canadá, Guatemala e México
16/8 a 19/8 Polónia
2003 3/5 a 4/5 Espanha Em Espanha, canoniza os religiosos Pedro Poveda, José Maria Rubío, Genoveva Torres, Ângela da Cruz e Maria Maravillas.
5/6 Croácia
22/6 Bósnia e Herzegovina
11/9 a 14/9 Eslováquia
2004 5/6 a 6/6 Berna (Suíça)
14/8 a 15/8 Santuário de Lourdes (França)

 

Visitas ao Brasil

Na Nunciatura Apostólica, em 1991, por ocasião da segunda visita ao Brasil

O Papa João Paulo II visitou o Brasil três vezes. A primeira vez foi em 1979, em que visitou a cidade do Rio de Janeiro. Na segunda vez chegou ao meio-dia de 30 de Junho de 1980 e percorreu treze cidades em apenas doze dias. A maratona teve um total de 30.000 km. Entrou por Brasília e partiu por Manaus.

A terceira foi entre 12 e 21 de Outubro de 1991. O Papa não costumava beijar o solo de um país que ele já tinha visitado, mas no Brasil ele quebrou a tradição. Visitou sete cidades e fez 31 discursos e homílias.

Esteve também no Brasil entre 2 e 6 de Outubro de 1997. O Papa sempre demonstrou grande amor pelo Brasil, o país com mais católicos no Mundo. Inclusive, na sua primeira visita, chegou a demonstrar o seu apoio ao movimento sindical, então liderado por Lula, em aberto desafio ao governo militar brasileiro – uma situação parecida com a da sua Polónia natal.

João Paulo II com o cantor Roberto Carlos a 5 de outubro de 1997, em sua terceira e última visita ao Brasil

Destacou-se, numa dessas visitas ao país, a música "A bênção, João de Deus", composta para a ocasião por Péricles de Barros.

Em visita à cidade do Rio de Janeiro declarou: "Se Deus é brasileiro, o Papa é carioca" [15].

Visitas a Portugal

João Paulo II esteve em Portugal por cinco vezes. A primeira visita (12 a 15 de Maio de 1982) ocorreu um ano após o atentado de que foi vítima em 13 de Maio de 1981. Nesta visita o Papa João Paulo II depositou a bala do atentado sofrido no ano anterior em plena Praça de São Pedro no altar da Nossa Senhora de Fátima ainda hoje a mesma bala se encontra na coroa de Nossa Senhora de Fátima no Santuário de Fátima.

Em 14 de Maio de 1982 visitou o Santuário de Nossa Senhora da Conceição, Padroeira de Portugal, em Vila Viçosa. Em 15 de Maio de 1982 visitou o Santuário de Nossa Senhora do Sameiro em Braga.

Em 2 de Março de 1983 fez escala em Lisboa na viagem à América Central.

De 5 a 13 de Maio de 1991 esteve nos Açores, na Madeira, Lisboa, e novamente em Fátima.

Uma outra visita, em que beatificou os videntes de Fátima, teve lugar em 12 e 13 de Maio de 2000.

Documentos Pontifícios

Encíclicas

Ao todo são 14, as encíclicas escritas por João Paulo II ao longo do seu pontificado.

Dia/Mês/Ano Nome (em latim) Nome (em português) Indicações
25/2 a 4/3 de 1979 Redemptor hominis 'O Rendentor do Homem' Revela as linhas-mestras do seu prontificado.
2 de Dezembro de 1979 Dives in Misericordia 'Rico em Misericórdia' Sobre Deus Pai, rico em misericórdia.
14 de Setembro de 1981 Laborem exercens 'Exercendo o trabalho' Sobre a dignificação do trabalho. Na comemoração do 90º aniversário da encíclica "Rerum Novarum" do Papa Leão XIII.
2 de Junho de 1985 Slavorum Apostoli 'Os Apóstolos dos Eslavos' Sobre os Santos Cirilo e Metódio, padroeiros dos Povos Eslavos.
30 de Maio de 1986 Dominum et vivificantem 'Senhor e dá a Vida' Sobre o Espírito Santo na vida da Igreja e do Mundo.
25 de Março de 1987 Redemptoris Mater 'A Mãe do Redentor' Sobre o culto mariano na vida da Igreja.
19 de Fevereiro de 1988 Sollicitudo Rei Socialis 'A Solicitude pelas coisas sociais' Sobre a reafirmação do papel da Igreja nas questões sociais.
22 de Janeiro de 1991 Redemptoris Missio 'A Missão do Redentor' Sobre o mandato missionário de Cristo à Sua Igreja.
1 de Maio de 1991 Centesimus Annus 'O Centésimo Ano' Sobre a questão social: o trabalho, o capital e o ensino. No 100º aniversário da encíclica "Rerum Novarum".
5 de Outubro de 1993 Veritates splendor ' O esplendor da Verdade' Sobre os fundamentos da moral católica.
30 de Março de 1995 Evangelium vitae 'O Evangelho da Vida' Sobre o valor e a inviolabilidade da vida humana.
30 de Maio de 1995 Ut unum sint 'Para que todos sejam um' Sobre o empenhamento ecuménico.
15 de Outubro de 1998 Fides et Ratio 'A Fé e a Razão' Sobre as relações entre a fé e a razão. Condena o ateísmo e a fé sem razão, e afirma a posição da filosofia e razão na religião.
17 de Abril de 2003 Ecclesia de Eucharistia 'A Igreja da Eucaristia' Sobre a Eucaristia na sua relação com a Igreja.

Dentre outros documentos também publicados destaca-se a Carta Apostólica 'Mulieris dignitatem', publicada em 15 de agosto de 1988, sobre a dignidade e vocação da mulher, que se insere no contexto da promoção da mulher e na defesa da sua dignidade.

Exortações Apostólicas

Funeral de João Paulo II na Basílica de São Pedro.

Funeral de João Paulo II. Presidido pelo futuro Bento XVI, em Roma.

Túmulo de João Paulo II, lápide que anteriormente guardava os restos mortais do Papa João XXIII

Dia/Mês/Ano Nome Indicações
25 de Outubro de 1979 Catechesi Tradendae Sobre a Catequese.
29 de Março de 1984 Redemptionis Donum Dirigida aos religiosos e religiosas.
11 de Dezembro de 1984 Reconciliatio et poenitentia Sobre a reconciliação e penitência na Igreja.
30 de Janeiro de 1989 Christifideles laici Sobre a missão dos Leigos na Igreja.
15 de Agosto de 1989 Redemptoris Custos Sobre a missão de São José na vida da Igreja.
7 de Abril de 1992 Pastores dabo vobis (Enviar-vos-ei Pastores)
25 de Março de 1996 Vita consecrata Sobre a vida consagrada e a sua missão na Igreja e no Mundo.
2 de Novembro de 2001 Ecclesia in Oceania Sobre a Igreja na Oceânia.
28 de Junho de 2003 Ecclesia in Europa Sobre a Igreja na Europa.

 

Saúde débil

A saúde de João Paulo II foi motivo de preocupação para os muitos milhões de católicos em todo o Mundo. O historial clínico daquele que foi apelidado de "Atleta de Deus", devido á sua extraordinária compleição física, tem ínicio nos anos 40, quando é atropelado em Cracóvia por um camião militar alemão, sofrendo um fractura de crânio.

Três anos depois de ter sido eleito Papa, é vítima de grave atentado na Praça de São Pedro, no dia 13 de Maio de 1981, por parte do turco Ali Agca. Internado de urgência na Policlínica Agostini Gemelli, foi submetido a delicada cirugia de cinco horas e vinte minutos, com extirpação de 55 centímetros de intestino. A 20 de Junho, 17 dias depois de ter alta, é internado de novo na mesma clínica de Roma para ser tratado de uma infecção de cytomegalovirus, resultante da operação anterior. A 12 de Julho de 1982, sofre nova intervenção de quatro horas na Policlínica Gemelli, para remoção de um tumor benigno do cólon (com as dimensões de uma laranja) e da vesícula biliar.

A 11 de Novembro de 1993, sofre uma queda durante uma audiência no Vaticano, com fractura de uma omoplata, vindo a ser operado na mesma Policlínica. Em 1994, sofre nova queda, quando saía do banho no seu aposento privado, com fratura no fémur direito. É-lhe implantada uma prótese de titânio em substituição da cabeça do fémur. Ainda nos anos 90, começa a manifestar sintomas de Parkinson, que se acentuam cada vez mais: tremor da mão esquerda, coluna curvada, olhar ausente. A 8 de Outubro de 1996, ingressa uma vez mais na Gemelli, para remoção do apêndice. Em Março de 2002, é diagnosticada uma artrose no joelho direito, o que o obriga a deslocar-se numa cadeira de rodas especial, que utiliza para presidir às celebrações e outros actos. Em Setembro de 2003, durante a visita à Eslováquia, já são visíveis as dificuldades de João Paulo II para respirar e mover-se. Em Setembro do mesmo ano, tem que anular uma audiência geral devido a oclusão intestinal. A 10 de Fevereiro de 2005, na sequência de um processo gripal, padece de laringo-traqueíte aguda, pelo que volta à Gemelli. A 24 de Fevereiro de 2005, é submetido a uma traqueostomia, com o fim de facilitar a respiração.

Os últimos dias de João Paulo II

Já com a doença de Parkinson muito avançada, no dia 30 de Março de 2005, surgiu à janela do seu escritório para tranquilizar os católicos, e já era muito evidente o seu estado extremamente debilitado. No último Domingo de Páscoa, o Papa ainda abençoou os fiéis, mas pela primeira vez no seu pontificado não conseguiu pronunciar a tradicional 'Urbi et Orbi'. Às 21h37, hora de Roma, do dia 2 de Abril de 2005, o Mundo parou perante a notícia da morte do Santo Padre mais viajado de sempre. As exéquias fúnebres decorreram na Praça de São Pedro, pela manhã do dia 7 de Abril de 2005. A cerimónia fúnebre durou três horas, sobre alta segurança, presidida pelo então, decano dos cardeais, o Cardeal Joseph Ratzinger. Assistiram 2500 convidados, entre Chefes de Estado, primeiros-ministros, e outras personalidades. O corpo de João Paulo II está sepultado nas Catacumbas Vaticanas.

Beatificação

No dia 13 de Maio de 2005, o seu sucessor Bento XVI fez uma excepção à regra do Código de Direito Canónico em relação à beatificação de João Paulo II, tal como este havia feito em relação à Madre Teresa de Calcutá. O seu processo de beatificação foi aberto em 28 de Junho do mesmo ano.

Homenagens

Uma estátua de João Paulo II foi inaugurada em 23 de Fevereiro de 2008 em Santa Clara, Cuba para recordar os dez anos da sua visita ao país. A estátua foi levada como um presente à comunidade católica de Cuba pelo secretário de Estado do Vaticano cardeal Tarcísio Bertone[16]




Fonte: Wikipedia - http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Paulo_II